História
Para conhecermos a origem da Fundação, temos de nos reportar ao ano de 1988 e à comissão que, nessa data, organizou a celebração dos 25 anos do Padre José Félix na Paróquia de S. Bernardo e que teve a ideia da Criação de um Fundo de Apoio às pessoas mais carenciadas da Paróquia de S. Bernardo, como forma de agradecer o exemplo e o trabalho que, nesse campo, o Padre José Félix dera. O objectivo era o de “apoiar as pessoas com reconhecidas carências económicas, procurando proporcionar-lhes as condições indispensáveis às suas necessidades no que se refere à alimentação, saúde, habitação, higiene, educação e cultura”.
Elaborados os Estatutos da nova instituição, a conselho do Prelado da diocese, D. António Marcelino, o poder executivo foi atribuído a uma Direcção que, tal como ainda hoje acontece, foi constituída por um grupo de leigos de boa vontade, tendo como Presidente do Conselho Geral, órgão consultivo e deliberativo, o Pároco da freguesia, naquela altura Padre José Félix. Como órgão fiscalizador, apresentava-se o Conselho Fiscal, também constituído por leigos.
Através do Decreto de 7 de Abril de 1989, o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, cria a Fundação Padre Félix que passou a ter personalidade jurídica, por comunicação feita ao Governo Civil de Aveiro. Inicialmente, com uma comissão instaladora, os primeiros Corpos Sociais da Fundação Padre Félix tomaram posse em 18 de Maio de 1989.
Importa agora falar do património da Fundação que, aquando do nascimento desta, não tinha ainda cor. Mas, como quando o homem quer a obra nasce, o património da Fundação cedo começa a ter forma com os donativos que a ela são atribuídos. E hoje, como ontem, as ofertas das pessoas e das empresas, de S. Bernardo ou de outras localidades, são uma fonte de receita para financiar as despesas originadas pela satisfação das finalidades estatutárias da Fundação. Segundo o que está determinado nos Estatutos, uma percentagem do rendimento anual do património, em função da inflação do ano, reverte para o dito património, o que significa que este valor tem de aumentar todos os anos. Nos primeiros anos da existência da Fundação, foram também recebidos alguns subsídios do Governo Civil, da Câmara Municipal de Aveiro e da Junta de Freguesia de S. Bernardo.
Em 1999, através do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Aveiro, a Fundação recebe daquele organismo a promessa de uma verba mensal de cem mil escudos para ajudar as pessoas carenciadas existentes no concelho de Aveiro.
Como, por vezes, a boa vontade não chega, era urgente a presença de pessoal especializado, de um Técnico de Acção Social, para atender as diferentes situações com que se deparava a Direcção da Fundação. Dado que os recursos financeiros se revelavam insuficientes face às necessidades identificadas, foi celebrado um Acordo de Cooperação com o Centro Regional de Segurança Social de Aveiro e, em Julho de 2001, o Serviço Permanente de Apoio às Famílias e à Comunidade permitiu colmatar muitas das lacunas que se faziam sentir, na perspectiva de uma intervenção estratégica de inserção social.
Assim, o acompanhamento social dos processos de todas as pessoas carenciadas, residentes em S. Bernardo, através da Acção Social ou do Rendimento Mínimo Garantido (agora Rendimento Social de Inserção - RSI), passou a ser prestado pela Técnica de Serviço Social da Fundação Padre Félix, numa base de proximidade e de continuidade. Dada a organização actual dos Protocolos de RSI, o acompanhamento dos beneficiários desta medida foi transferido para uma IPSS de Aradas.
É importante salientar também o papel do Grupo de Voluntários “Cidadãos de Boa Vontade” que tem como missão a sinalização de famílias que revelem qualquer tipo de carência e constitui uma referência para as famílias em acompanhamento nas 14 zonas em que a Paróquia foi dividida.
E importa agora falar na sede da Fundação, situada na Rua do Barro, n.º 24, doada pelo seu patrono, Padre José Félix de Almeida, cuja inauguração teve lugar no dia 11 de Maio de 2003, em cerimónia presidida pelo Bispo de Aveiro, D. António Marcelino.
E como a missão da Fundação Padre Félix é Ajudar a Vencer!, para concretizar este lema, esta instituição disponibiliza um serviço de Atendimento/Acompanhamento Social às famílias em situação de risco social, residentes na freguesia de S. Bernardo, tendo em conta:
- a satisfação das necessidades nas seguintes áreas: alimentação, higiene, saúde, organização da vida quotidiana, habitação, educação, formação e cultura;
- o acesso a recursos e a serviços que permitam uma progressiva inserção laboral, social e comunitária, respeitando a diferença e a dignidade da vida humana.
Assim, no seu modo de actuar, o Gabinete de Acção Social da Fundação Padre Félix prossegue, através da valência de Atendimento/Acompanhamento Social, os objectivos de intervenção social junto das famílias em risco/exclusão social. O desenho do projecto de vida de cada pessoa/família é baseado numa relação de reciprocidade entre técnico e utente, num trabalho de articulação e de geração de redes de suporte social, compostas por diferentes serviços e entidades essenciais à intervenção. Este projecto, composto por acções objectivas e estratégicas, visa a concretização de condições que facilitem a inserção na sociedade e a cessação da situação de exclusão social.
A abertura desta instituição para o exterior é o reflexo do espírito de coesão na equipa directiva e é a continuação da prática de uma comunicação interna aberta. A existência de uma boa articulação diária com as demais entidades é o elemento essencial para o sucesso da nossa intervenção social, junto das famílias da freguesia de S. Bernardo e do concelho de Aveiro. A Fundação Padre Félix, através da publicação anual do Boletim “Ajudar a Vencer”, informa a comunidade das actividades mais significativas desenvolvidas ao longo do ano e apresenta o Relatório de Contas e o Plano Anual das Actividades previstas para o ano seguinte.
Este ano é o vigésimo de actividade desta Fundação que procura, no dia-a-dia, deixar uma marca de humanismo na relação com aqueles que se deparam com situações de exclusão e de vulnerabilidade social.